Pesquisa mostra que apesar de 55% dos executivos acharem que os
clientes têm forte influência sobre as suas empresas, apenas 30% os entendem.
Mas isso vai mudar.
O cliente tem sempre razão". Apesar de a frase ser tão
usada nos negócios a ponto de virar clichê, na prática, a história é outra.
Uma pesquisa da IBM,
aponta que, enquanto no Brasil 55% dos executivos afirmam que os consumidores
exercem forte influência sobre as atividades de suas empresas, somente 30% dizem
entendê-los.
"Tem
muita companhia sem saber ao certo o que o seu público quer. Aí surgem problemas
como apostar na coisa errada: gastar dinheiro e energia em um produto que não
vende, por exemplo", diz Alejandro Padrón, líder de consultoria para o setor de
varejo da IBM Brasil.
A
falta de compreensão parece injustificável na medida em que, para os presidentes
de empresa, os consumidores são o segundo grupo que mais tem influência sobre a
organização (estimada em 55%), perdendo apenas para o time de executivos (78%).
Na opinião dos CEOs, até mesmo o conselho de administração interfere menos na
estatégia das empresas , com 53%.
A
boa notícia é que as corporações tendem a mudar de comportamento. Segundo a
pesquisa - para a qual foram ouvidos 4 mil profissionais do alto escalão de
companhias de 70 países - no mundo todo, um número crescente de executivos
acredita que a participação dos consumidores não deve ficar restrita às
atividades das quais eles normalmente participam, como o desenvolvimento de
novos produtos ou serviços.
Atualmente,
por exemplo, 43% dos presidentes no mundo dizem que os clientes têm participação
no desenvolvimento da estratégia de negócios de suas empresas. Porém, 60% deles
acreditam que os consumidores terão esse papel dentro dos próximos três a cinco
anos.
Além
disso, no mundo todo, 46% dos executivos afirmam que sua empresa colabora
bastante com os clientes, porém 90% deles esperam que isso seja realidade em
suas companhias nos próximos três a cinco anos. No Brasil, os números são de 34%
e 88%, respectivamente.
"Isso
significa que, cada vez mais, a empresa terá que ser feita para o cliente. Ela
terá que ser desenhada para facilitar a vida do consumidor. No Brasil o desafio
será maior porque os processos estão muito mais centrados na segurança da
companhia, diferente do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo", afirma
Padrón. Uma forma clara de perceber esse modelo de negócios, segundo ele, é o
fato de que fazer troca de produtos por aqui é um processo muito mais
burocrático e demorado do que lá fora.
E
cuidar do cliente, significa cuidar dos resultados: segundo a pesquisa,
companhias de alta performance estão 54% mais propensas a colaborar intensamente
com os consumidores do que as de baixo de desempenho.
Até
mesmo em matéria de tempo dedicado a cada processo, os clientes serão prioridade
nas empresas nos próximos anos. "A ideia é gastar cada vez menos tempo com
questões operacionais e mais em entender se ao longo das interações com a
companhia, o consumidor saiu satisfeito", explica Padrón.
Daqui
a 3 ou 5 anos, os executivos brasileiros pretendem gastar 15% mais de tempo em
gerenciamento da experiência do cliente, 8% em gerenciamento de talentos e 7%
mais em estratégia e transformação. Por outro lado, eles planejam gastar 10%
menos tempo com gerenciamento de fornecedores e 15% com operações.
As ferramentas

"A geração Y, que está no mercado de trabalho agora, já nasceu no mundo digital e
com mais demanda, esperando muito mais da sociedade e dos serviços", explica
Jesus Mantas, Gerente Geral da IBM Global Business Services da América
Latina.
E
é exatamente essa lógica que os executivos entrevistados pela IBM pretendem
seguir. Tanto a nível mundial quanto no Brasil, a expectativa é aumentar a
adoção de meios eletrônicos para engajar os clientes e, em contrapartida,
diminuir o uso das ferramentas tradicionais. Veja os números:
Mundo:
erramentas | Porcentagem de executivos que usam hoje | Porcentagem de executivos que devem usar em 3 a 5 anos |
---|---|---|
Digital | 52% | 88% |
Comunicação direta | 80% | 70% |
Centrais de atendimento | 57% | 48% |
Mídia tradicional | 45% | 24% |
Brasil:
Ferramentas | Porcentagem de executivos que usam hoje | Porcentagem de executivos que devem usar em 3 a 5 anos |
---|---|---|
Digital | 50% | 84% |
Comunicação direta | 67% | 62% |
Centrais de atendimento | 77% | 67% |
Mídia tradicional | 51% | 35% |
Para
Padrón, a tendência é que os meios eletrônicos sejam usados para que as empresas
interajam com cada cliente de forma personalizada, e não com um setor
geral.
"O
tempo das 'médias' está ultrapassado. Não dá mais para tratar as preferências
dos consumidor pela média da região em que ele mora ou por faixa de idade, por
exemplo. A idéia é trabalhar o histórico de todos os pontos de relacionamento
entre o que uma pessoa procura e o que a empresa oferece (além do contato direto
pelas redes sociais e sites corporativos) e usar isso para atraí-las" ,
explica.
"Uma
coisa é ter esses dados, que é o big data. Outra é usá-los para ter sacadas do
que seria de interesse de cada consumidor e sugerir promoções, por exemplo. A
Amazon já faz isso muito bem. Ela mapeia que tipo de produtos alguém costuma
comprar muito e começa a oferecer outros semelhantes", completa.
Fonte: Revista Exame
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